O russo Valery Spiridinov, de 30 anos, deverá ser a primeira pessoa no mundo a passar por um transplante de cabeça. O método controverso foi anunciado no início do ano pelo cirurgião italiano Sergio Canavero do Grupo de Neuromodulação Avançada de Turim.
Em fevereiro, Canavero publicou um estudo detalhado sobre os procedimentos que tornariam viáveis o transplante. Entre eles, resfriar a cabeça do receptor e o corpo do doador.
A proposta é transplantar a cabeça de Spiridinov para um corpo que tenha sofrido morte cerebral, mas que ainda esteja em condições saudáveis.
O russo foi escolhido entre uma lista de voluntários que escreveram para o médico italiano. Spiridinov sofre de uma doença genética rara chamada Síndrome de Werdnig-Hoffman, que gradativamente desgasta e atrofia os músculos.
Em entrevista ao jornal inglês MailOnline, Spiridinov disse estar com medo, mas que está disposto a passar pelo procedimento.
"Não tenho muita escolha. Se não tentar isso meu destino será muito triste. Meu estado piora a cada ano", declarou.
Em entrevista ao Russia Today, o voluntário afirmou que a experiência também servirá de base para próximos estudos na área.
“Fazer isso é uma grande oportunidade para mim, mas também criará uma base científica para futuras gerações, independente de qual seja o resultado", afirmou ao jornal russo.
A expectativa é que a cirurgia seja feita até 2017. Depois do transplante, o paciente ficará em coma durante cerca de um mês. A comunidade médica se mostrou cética em relação ao método, declarando ser - na prática - impossível.
Dr. Hunt Batjer, presidente da Associação Americana de Neurocirurgiões, repudiou o método em entrevista à CNN. “Eu não deixaria ninguém fazer isso comigo, existem muitas coisas piores do que a morte”.