quinta-feira, abril 16, 2015

“Só fui contida, não fui torturada”, diz travesti que arrancou orelha de carcereiro em SP

Um áudio captou um depoimento feito pela travesti Verônica Bolina, de 25 anos, em que ela diz que ‘não foi torturada’ referindo-se as agressões que sofreu dentro do 2° Distrito Policial, no Bom Retiro, região central de São Paulo, depois de ter arrancado a orelha de um carcereiro a mordidas. 

— Só deixa eu explicar que todo mundo está achando que fui torturada pela polícia. Eu simplesmente agi de uma maneira que achava que estava possuída. Agredi os policiais e eles só agiram com o trabalho deles. Só fui contida, não fui torturada. 

O áudio circula pela internet com a mensagem de grupos de amigos e ativistas que questionam se Verônica não teria sido coagida a dar a declaração 
Um áudio captou um
depoimento feito pela travesti
Verônica Bolina, de 25 anos, em que ela diz que ‘não foi torturada’
referindo-se as agressões que sofreu dentro do 2° Distrito Policial, no Bom Retiro,
região central de São Paulo, depois de ter arrancado a orelha de um carcereiro
a mordidas. — Só deixa eu explicar
que todo mundo está achando que fui torturada pela polícia. Eu simplesmente agi
de uma maneira que achava que estava possuída. Agredi os policiais e eles só
agiram com o trabalho deles. Só fui contida, não fui torturada. 

O áudio circula pela
internet com a mensagem de grupos de amigos e ativistas que questionam se
Verônica não teria sido coagida a dar a declaração 
Segundo o boletim de ocorrência, Verônica foi presa no domingo (12) depois de agredir uma idosa nos Jardins. Ela foi levada primeiro para o 78º DP e depois para o 2°DP
O delegado Luiz Roberto Hellmeister, do 2° DP, disse que o carcereiro e a travesti viveram ‘uma verdadeira briga de rua’. 

— Ela chegou aqui e não quis ficar na cela com os outros homens. Foi levada para um seguro (cela isolada), mas também não quis ficar. No momento em que estávamos fazendo um remanejamento, ela atacou o carcereiro e ele deu socos nela. Foi cena de briga de rua mesmo. Aqui é um lugar provisório e não temos celas específicas, como em um presídio 

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o caso será investigado pela Corregedoria da Polícia Civil. Em nota, o órgão disse que 'Ela foi ouvida na tarde desta quarta-feira e confirmou que, quando estava detida em uma cela, expôs a genitália e começou a se masturbar, o que provocou a revolta dos outros presos. Para conter a situação, um carcereiro entrou na cela para retirá-la, quando Verônica o atacou com uma mordida na orelha. O delegado esclarece que Verônica se machucou durante esses confrontos. O delegado esclarece que Verônica, por causa da sua condição sexual, pode solicitar uma sala separada do restante dos presos, mas que não houve esse pedido. Verônica permanece na delegacia de maneira provisória, até a destinação para uma unidade da Secretaria de Administração Penitenciária".  

Na tarde desta quarta-feira (15), o delegado ouviu o depoimento da travesti e relatou a versão dada por ela. 

— O que ela disse foi que estava possuída por um demônio. Ninguém arrancou o cabelo dela. Ela perdeu a peruca em algum momento e foi ela quem arrancou a própria roupa. O que ela levou foi soco do carcereiro 

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